Socialismo é o processo de coletivização, estatização e centralização
de um país, e, por conseguinte, de supressão da vida social
independente nas esferas da economia, cultura, educação, imprensa, etc.,
enquanto todas as empresas e instituições se tornam estatais ou
dependentes do Estado, sendo tudo isso justificado e legitimado com
alguma variante da ideologia marxista. “Comunismo” é quando o processo
chega a um ponto alto, ou seja, é socialismo ao extremo. “Socialismo” é,
portanto, a antessala do comunismo.
O avanço do socialismo pode levar vários anos; e uma a uma as esferas
e instituições vão caindo. Em seu livro “Liberdade de escolher”, de
1980, Rose e Milton Friedman examinam os 14 Pontos do Programa do
Partido Socialista dos Estados Unidos, de 1928. E ao lado de cada um
deles, anotam o ano em que foi aprovado, começando com a criação do
Banco Central, em 1913. Esse partido socialista nunca se tornou governo
nos Estados Unidos, nem teve maioria no Congresso, porém teve enorme
influência ideológica no partido Democrata, e até no Republicano. Seus
14 Pontos estão todos em voga. E se isso aconteceu nos Estados Unidos, o
que podemos esperar na América Latina?
A tática é simples: primeiro decretam uma série de medidas
socialistas, com as quais criam desordem, desajuste, e conflito. Então
jogam a culpa no “capitalismo selvagem, explorador e desumano”. E como
“remédio” ditam outras tantas medidas socialistas! Assim se produz mais
desordem, desajuste e conflito. E assim vai. Três grandes “ondas” de
políticas e medidas socialistas se sucederam, praticamente em todo o
mundo, mais ou menos coincidentes com cada um dos três terços em que
podemos dividir o século 20.
1 – Na primeira onda se abandona o padrão ouro e é fundado o Banco
Central, com moeda de papel e banco de reserva fracionária. Isso gera o
típico “ciclo” econômico de auge fictício com inflação, e queda da
economia em bruscas crises recessivas. As pessoas começam a empobrecer. E
os socialistas aproveitam para ditar suas leis trabalhistas e primeiras
“medidas sociais”. Com isso a situação piora, e com um agravante: o
Estado descuida de suas funções próprias, e passa a faltar segurança,
justiça e obras de infraestrutura.
2 – Pretendendo auxiliar aos pobres, na segunda onda o Estado oferece
“educação e saúde grátis”, para o que decreta altas nos impostos, que
aumentam a deterioração da economia. Com um agravante: o ensino
deteriora muito, e a “educação” não passa de doutrinação no coletivismo.
Assim, as pessoas mais “educadas” pelo estatismo são as que têm menos
possibilidade de entender a realidade.
3 – Na terceira onda, o socialismo já entra de cheio e com confiança
em todas as frentes da economia produtiva: reformas agrárias,
“nacionalizações”, leis trabalhistas que geram desemprego, criação de
ineficientes empresas estatais — e altos impostos e muito crédito para
financiá-las — com regulamentação asfixiante para as empresas privadas.
Resultado: criminalidade sem limites, corrupção judicial e falta de
obras públicas, impostos excessivos, regulamentações absurdas, poupança
inexistente ou negativa, desinvestimento privado com inatividade
econômica generalizada e desemprego involuntário, cidades capitais
superpovoadas, êxodo de empresas, de cérebros, de mão de obra, e um
extenso et cetera aqui. Além do óbvio: crises políticas crônicas.
Com o século 21 houve uma mudança importante: o marxismo passou de
econômico a cultural. De Lênin, Martov e Bernstein, a Gramsci, Lukacs e
às Escolas de Frankfurt e de Birmingham. Como isso se deu? Se você ler o
Manifesto Comunista de 1848, vai ver que seus autores estão contra o
matrimônio e a família, porque são instituições muito ligadas à
propriedade privada e ao capitalismo. Porém não há medidas concretas
contra o matrimônio e a família, nem contra as igrejas ou a religião. Há
só um programa “mínimo” de dez pontos, todos relativos à economia
exceto por um ponto: educação pública. É que primeiro era necessário
aplicar o marxismo econômico para empobrecer as pessoas; então vem a
catequese “educativa” para idiotizá-las. Marx e Engels deixaram para o
futuro a investida contra o matrimônio e a família; e contra a religião,
em especial o cristianismo.
E esse futuro acabou de chegar! O marxismo econômico já não pode ir
mais longe, porque aí o parasita mataria o hospedeiro por asfixia ou
anemia. Por isso agora é a hora das demandas do marxismo cultural: a
ofensiva em favor da legalização do aborto e da eutanásia; da
desnaturalização do matrimônio e até mesmo da sexualidade, através da
promoção ativa do divórcio e do homossexualismo pelo Estado. Da “guerra
às drogas” se passa à estatização da oferta de narcóticos e
imbecilizantes. E o Estado entende agora o laicismo como antirreligião,
declarando guerra à Religião, ditando suas próprias e novas normas a
todas as igrejas e ministros religiosos, e a todas as famílias e escolas
cristãs.
Tudo isso é o “marxismo cultural” que Mao Tsé Tung e Pol Pot
começaram a aplicar na China e Camboja. E Herbert Marcuse em Berkeley,
Califórnia. Agora ele chegou completo nos Estados Unidos com Obama. E na
América Latina também, com o Foro de São Paulo. Com um agravante: em
estreita aliança com o islamismo. Porém, isso já é outro assunto. Até a
próxima.
Texto originalmente publicado no jornal boliviano El Día.
Alberto Mansueti é advogado e cientista político.
Tradução: Márcio Santana Sobrinho
Fonte: Mídia Sem Máscara
Nenhum dos dois sistemas existe mais hoje em dia oque praticamos no Brasil e EUA não pode ser chamado de capitalismo.
ResponderExcluirO socialismo e capitalismo foram dois sistemas que hoje em dia já estão obsoletos, nos tempos atuais os países utilizam os pontos positivos dos dois modelos sem se prender a preconceitos ideológicos visando apenas resultados que eles trazem a qualidade de vida da população.