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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Alta do dólar estraga a festa palaciana para comemorar o recuo pontual da inflação em julho

Água na fervura – Se discurso de governante tem asas e voa, o de Dilma Rousseff sobre a queda na inflação foi abatido durante a decolagem. E o míssil causador da catástrofe foi lançado pelo mercado financeiro. Depois que o Palácio do Planalto comemorou o índice de 0,03% referente à inflação de julho, com base no IPCA, o mercado de câmbio estragou a festa que invadiu alguns gabinetes da Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Nesta quarta-feira (7), horas depois de a presidente exaltar a queda da inflação, o mercado financeiro encerrou os negócios com o dólar valendo R$ 2,31, a maior cotação do ano. Fora isso, a moeda ianque atingiu com esse valor o maior nível desde 31 de dezembro de 2009. Esse número compromete sobremaneira a economia brasileira e os planos do governo de combate à inflação. Até o momento em que o Banco Central retomou a autonomia para decidir sobre as questões monetárias, o governo usava a desvalorização da moeda norte-americana como arma contra a inflação.
Com o dólar correndo solto e vez por outra enfrentando alguma intervenção do BC no mercado de câmbio, a saída para manter o fantasma da economia dentro de sua jaula é a alta da taxa básica de juro, a Selic, movimento que impacta fortemente no bolso do consumidor. Com o crédito mais caro, a tendência é que o consumo diminua e a economia perca ainda mais força. Isso porque a caia competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, ao mesmo tempo em que ficam mais caras as importações. Como o Brasil ainda depende de insumos importados para alimentar a produção nacional, a tendência é que a balança comercial encerre o ano com superávit acanhado de aproximadamente US$ 5 bilhões, como já antecipou o ucho.info.
Operadores do mercado financeiro e investidores aguardavam uma intervenção do Banco Central no câmbio, mas o comportamento foi apenas contemplativo. O BC pode estar mais cauteloso nas suas intervenções, uma vez que lançar mão das reservas internacionais, atualmente em pouco mais de R$ 300 bilhões, tem limite. Até porque, para que essas reservas sofram um leve e rápido derretimento rápido basta uma aposta mais ousada do mercado.
Os herdeiros de Aladim que ora emprestam seus geniais conhecimentos ao governo da petista Dilma Rousseff precisam deixar a lâmpada maravilhosa de lado, já que é muito preocupante uma economia emoldurada por inflação alta, taxas de juro elevadas e desvalorização da moeda local. A sorte de Dilma é que a maioria da população entende de economia tanto quanto o faraó Tutankamon entendia de foguete.
Fonte: Ucho.Info

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